Estudante do Curso de Licenciatura em Educação do Campo participa da COP30
Aluna da UFMS participa da conferência em Belém defendendo demarcação, proteção ambiental e protagonismo indígena nas decisões globais.
Célia Alves Terena, estudante indígena do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade de Educação (FAED/UFMS), está participando da COP30 – a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém do Pará, neste mês de novembro de 2025.
A acadêmica representa as mulheres Terena e leva ao evento a convicção de que a defesa da terra é inseparável da defesa da vida dos povos indígenas e da garantia de futuro para as próximas gerações.
Em 2025, Célia representou o povo Terena na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, como uma das 300 pessoas indígenas selecionadas para o Mecanismo de Direitos Humanos dos Povos Indígenas. Na ocasião, apresentou um relatório sobre a demarcação das terras indígenas no Brasil e denunciou a violência sofrida por lideranças e comunidades. “Foi um momento muito importante da minha trajetória. Pude falar sobre o que vivemos nas comunidades, sobre o impacto da falta de demarcação e das invasões. Levar essa realidade à ONU foi levar também a força do nosso povo”, relembra.
Na COP30, Célia compartilha a mensagem de que os povos indígenas desempenham um papel fundamental na construção de um futuro sustentável. Para ela, o encontro em Belém precisa ir além do simbolismo. “O mundo precisa compreender que proteger os povos indígenas é proteger o planeta. Somos os guardiões da floresta, das águas e da biodiversidade. Por séculos cuidamos da natureza sem precisar destruir.”
A estudante considera histórica a realização da conferência na Amazônia, território que simboliza tanto a riqueza ambiental quanto os desafios enfrentados pelos povos originários. Ela espera que o evento seja um espaço de escuta e compromisso com a vida. “Queremos estar nas mesas de decisão, sendo ouvidos e respeitados. É preciso transformar promessas em ações concretas — políticas públicas, proteção das lideranças e financiamento direto para as comunidades.”
Futura professora nas escolas do campo, Célia reforça que sua participação garante que a voz da mulher indígena esteja presente em um dos principais espaços do debate climático global. “Tudo o que faço é para honrar os que lutaram antes de mim e garantir um futuro digno para os que virão depois.” Com essa força, ela leva a mensagem do povo Terena — e de tantos outros — ao mundo, reafirmando que cuidar da terra é cuidar da própria humanidade.

Célia com outros membros da delegação em Genebra (ONU, 2025)

